O processo de construção deve pensar a perspectiva de uma comunidade sustentável
A sustentabilidade em uma comunidade passar por reflexão sobre suas necessidades, suas potencialidades e seus desafios neste contexto do mundo contemporâneo;
De que necessidades estamos falando, que demandas apresentamos para os dias de hoje?
Que estratégias utilizaremos para alcança mais sustentabilidade?
Que instrumentos? Como gerar mais autonomia?
Refletindo sobre nossas necessidades:
Água: qual a perspectiva desse elemento nas sociedades modernas?
Luz: perspectivas de encarecimento, riscos de apagões, colapso na distribuição, concentração dos picos de consumo.
Esgotos: em que medida o sistemas atual não é o grande responsável pela contaminação.
Alimentos sadios e diversificados: confiabilidade, procedência, autonomia.
Geração de trabalho e renda: qual a realidade e perspectiva do mundo do trabalho?
Escolas, qualificação, aprendizagem.
Vida comunitária, integração social.
Autogestão e descentralização.
Tratamento de lixo, esgoto, reaproveitamento, reciclagem,impacto ambiental.
Reservas naturais, paisagens, ambiente de beleza, dimensão ambiental
Segurança, privacidade.
Construção de alternativas:
A Agenda 21 dá um tratamento muito interessante a questão da habitação e assentamentos sustentáveis;
A Agenda Habitat trabalha as principais estratégias de enfretamento das questões dos assentamentos humanos;
Os desafios nos vários aspectos:
Integração setorial e espacial;
Planejamento estratégico;
Descentralização;
Incentivo a inovação;
Verificação dos custos ambientais e sociais dos projetos econômicos e de infra estrutura;
Os principais objetivos definidos na Agenda 21 e Agenda Habitat:
Oferecer a tod@s habitação adequada;
Aperfeiçoar o manejo dos assentamentos humanos;
Promover o planejamento e o manejo sustentável do uso da terra;
Promover a existência integrada de infra-estrutura ambiental: água, esgotamento sanitário, drenagem e manejo de resíduos sólidos;
Promover sistema sustentáveis de energia e transporte nos assentamentos humanos.
Minimizar o máximo possível o impacto ambiental no local e fora dele.
De onde vem os materiais que utilizamos, que impactos produzem lá, no transporte e as conseqüências no local da construção?
A região sudeste do Brasil segundo uma pesquisa realizada em 1997 , consumiu mais madeira de lei que a França, Inglaterra e Estados Unidos juntos no mesmo ano, e representou o consumo de 85% a nível nacional; toda esta madeira veio da região amazônica.
Utilizar o máximo possível materiais que existe no próprio local da obra.
No local da construção sempre temos material disponível, em alguns lugares teremos pedras, em outros madeira mas quase em todos teremos terra que é um material muito usado a milhares de anos na construção.
A falta de consciência, a pouca capacitação e a acomodação a um modelo degradador, dificulta a tomada de decisão e a construção de iniciativas.
Dar preferência a utilizar materiais reciclados ou renováveis;
O material industrializado consome muita matéria prima da natureza para sua fabricação;
Desta fabricação se produz muita poluição;
Se utilizarmos o máximo possível material reciclado estaremos barateando nossa construção ao mesmo tempo que diminuímos nosso impacto ambiental.
Ser o máximo possível auto-suficiente em energia , água e alimentos: Hoje já estamos sentindo que o fornecimento de energia esta entrando em colapso e com isto ficando mais caro;
Com a água vai acontecer o mesmo, nós temos que descentralizar nosso consumo e sermos o máximo possível auto suficientes em energia, água e alimentos.
Reciclagem:
Reciclar o máximo possível os resíduos produzidos pela construção, águas servidas, e lixo produzido no nosso dia a dia.
Podemos planejar tudo de forma integrado, com harmonia, eficiência e ecologicamente correta.OS PRINCÍPIOS ORIENTADORES:
Incentivos aos pequenos agricultores no manejo orgânico e ajuda na venda local das suas culturas como maneira de aproximar e integrar as vários partes da sociedade num ambiente, socialmente mais saudável.
Conceito e características de uma ecovila: Busca a sustentabilidade em vários níveis, tanto energético como social, espiritual e cultural;
É um planejamento de ocupação de uma área onde moram várias famílias com um mínimo de impacto possível e com convivência social e trabalhos comunitários.
A idéia é criarmos vilas que busquem a auto-suficiencia, gerando trabalho, conforto, vida social, saúde , educação, e com o mínimo impacto ambiental para isto
Habitações auto sustentáveis são um paradigma da arquitetura do novo milênio, onde os assentamentos populares irão consumir menos energia elétrica, reciclar dejetos, economizar água com reciclagens de esgoto e captação de água de chuva.
Delimitação de áreas verdes em sistema agro florestais, que tanto servem para reflorestamento, preservação ambiental, para o lazer, como também para a produção de alimentos para os moradores.
O desenvolvimento habitacional hoje em dia provoca uma grande impacto ambiental ao mesmo tempo que sobrecarrega o sistema de fornecimento de produtos básicos municipais como o abastecimento de água, emissão de esgoto, lixo e consumo elétrico.
A QUESTÃO DA ÁGUA:
A água é uma de nossas necessidades mais importantes - se não tivermos água não poderemos viver.
Nós somos abastecidos por uma empresa que tem que fornecer grandes quantidades retiradas geralmente de um mesmo manancial ou rio.
Para agravar ainda mais este quadro, depois que a água é usada para atender nossas necessidades, nós despejamos nos leitos dos rios grandes quantidades de água poluída.
A QUESTÃO DA ENERGIA:
Também centralizamos o nosso fornecimento energético.
Temos que criar sistemas alternativos, não poluentes e renováveis para nosso fornecimento de energia.
Utilizar energia solar, eólica e mini hidrelétricas são soluções ‘a curto prazo eficientes.Podemos ter uma central energética comunitária ou individual.
A QUESTÃO DO LIXO:
Também pode ser descentralizado.
Separado por habitação facilita e torna mais barata sua reciclagem.
Procurar Reduzir a compra de produtos que produção lixo, Reutilizar, Reciclar;
Encontrar alternativas de resolver essa situação em nível local;
A PRODUÇÃO DE ALIMENTOS:
Buscar a sustentabilidade também no fornecimento de alimentos sem agrotóxicos.
Incentivar a produção de alimentos na propriedade e na comunidade;
Organizar pequenas feiras de produtos regionais para abastecimento de alimento, troca de produtos e informações.
A QUESTÃO DO TRABALHO:
Temos necessidade de criarmos condições de trabalho que estejam em harmonia com o meio ambiente e produzirmos produtos ecologicamente corretos.
Articulação de alternativas locais de trabalho e renda;
Capacitações para o trabalho e geração de renda;
A QUESTÃO DO TRANSPORTE:
Discutir as alternativas concretas de meios mais potencializadores e menos poluentes;
Maior utilização de bicicletas, reboques para tração;
Criação de auto-serviços em transportes;
Transporte a base de tração animal;
A QUESTÃO DAS CONSTRUÇÕES:
As construções devem ser feitas de materiais retirados do local da obra ou da região;
Utilizarem o mínimo possível de material industrializado;
Utilizarem energia renovável e natural para aquecimento e refrigeração;
O máximo possível integradas com o meio ambiente;
O Planejamento ocupacional:
Utiliza os vales para produção; Declives para levar água por gravidade às casas;
Preserva as áreas verdes e o ecossistema;
Cria áreas para um desenvolvimento futuro
Áreas para convívio social, áreas de produção comunitária
Áreas de lazer e infra estrutura básica.
O Planejamento ocupacional:
Criamos zonas onde se concentram as atividades de trabalhos, áreas residenciais, áreas de lazer interligadas por caminhos e rodeadas de cinturões verdes.
O Convívio social:
Criar espaços que incentivem o convívio social,.isto irá aproximar as pessoas que vivem nas eco vilas, criando relações amigáveis e comunitárias.
Qualquer assentamento humano pode se transformar em uma ecovila, deste que sigam os princípios básicos de uma ecovila.
Para termos assentamentos ecológicos temos que realizar esta mudança dentro de nós, em nossa casa, e à partir desta transformação individual, é que conseguiremos transformar nosso bairro, nossa cidade e nosso país. Depende de cada pessoa, e de cada cidadão.
A questão da Infra estrutura:
Temos que resgatar antigas técnicas que aliadas a novas tecnologias visam a auto sustentabilidade e o baixo impacto ambiental para construirmos um mundo mais em harmonia com a natureza.
Depende dos objetivos e características do local, mas abaixo relacionaremos vários elementos que podemos ter em uma ecovila.
•Área social, Atelier, Oficina, Marcenaria, LavanderiaHabitações, Cozinha comunitária
•Padaria, Escola e Creche
•Ambulatório, Cemitério
•Lojas mercearias,
•Recepção , Depósito
•Agrofloresta, Centro de reciclagem, Piscina comunitária
•Piscicultura, Horta, Galinheiro
•Caminhos para bicicletas
•Área verde – reserva.
•Alojamento para visitantes
•Local de festas
•Reservatório de água
•Biblioteca e Sala de vídeo
Posição das habitações:
Temos que tirar proveito de nossa maior fonte de energia natural e de graça que é o sol.
Por isto colocaremos as habitações em posição onde possamos utilizar com maior eficiência a irradiação solar para aquecimento de água e da própria residência se esta se situar em uma região de baixas temperaturas no inverno.
De que material irei construir? Geralmente é mais barato utilizar materiais que existem em abundância na região.
Quanto mais matéria prima se tira do terreno, melhor.
Outra opção para se construir a custos mais baixos é o sistema de construção por mutirão.
Utilização de material local : Sem ou com pouco cimento;
Este material já é amplamente usado em vários lugares do pais com demonstrativos de boa eficiência e custo baixo.
Telhado e esquadrias de madeira certificada e de reflorestamento.
Aquecedor solar: Pode ser construído junto com o telhado, placas coletoras de energia solar para o aquecimento da água dos chuveiros, fazendo com isto uma economia de aproximadamente 40% de energia elétrica por residência, e com a construção das placas no local barateamos seu custo.
Continua no próximo post...